segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Panamá






Panamá


       



República do Panamá
Bandeira do Panamá
Brasão de armas do Panamá
BandeiraBrasão de armas












































































Panamá República do Panamá (em castelhano: República de Panamá), é o país mais meridional  da América Central.  Situado no istmo  que liga as Américas  do Norte e do Sul, o país faz fronteira com Costa Rica,  a oeste; Colômbia,  a sudeste; Caribe,  ao norte, e com o Oceano Pacífico  ao sul. A capital é a Cidade do Panamá.
A população  do país é formada por uma maioria de mestiços de índios e europeus. O setor econômico mais importante é o de serviços,  que abrange as atividades financeiras e as rendas obtidas com a zona de livre-comércio de Colón,  a exploração do canal e o registro de navios mercantes.
Explorado e estabelecido pelos espanhóis no século XVI, o Panamá rompeu com o Império Espanhol  em 1821 e juntou-se a união de Nova Granada e Venezuela, Equador, sob o nome da República da Grã-Colômbia.  Quando a Grã-Colômbia foi dissolvida em 1831, o país e Nova Granada, que mais tarde se tornaria a Colômbia,  permaneceram unidos. Com o apoio dos Estados Unidos,  o Panamá se separou da Colômbia em 1903, permitindo que o Canal do Panamá fosse construído pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos  entre 1904 e 1914. Em 1977, foi assinado um acordo  para a transferência completa do canal dos Estados Unidos para o Panamá até o final do século XX.
A receita proveniente do canal representa hoje uma parcela significativa do PIB do país. O Panamá tem a segunda maior economia da América Central.



Etimologia

A cidade no início, posteriormente o país, o istmo e o golfo são os lugares pelos quais foi emprestado o topônimo de uma aldeia onde os índios pescavam, na periferia da cidade  fundada em 1519 com o nome de Panamá, topônimo cujo significado na língua indígena  é "abundância de peixes, árvores e borboletas". Esta é a definição oficial dada em estudos sociais e livros didáticos  aprovados pelo Ministério da Educação do Panamá.  No entanto, outros acreditam que a palavra vem da palavra bannaba, da língua kuna,  que significa "distante" ou "longe.

A grafia correta é Panamá nas língua portuguesa, castelhana, italiana e francesa  e Panama nas línguas  inglesa e alemã.  O vocábulo panamá é a designação de um tipo de chapéu  o qual fabrica-se a partir da matéria-prima das folhas de uma palmeira  endêmica de cinco países da Mesoamérica que  que são o Panamá,  a Colômbia, o Peru e o Equador,  utilizando-se, também, como sinônimo de corrupção política,  escândalo financeiro, dinheiro mal administrado dos outros ou do governo, a partir das finanças ilegais praticadas por um companhia francesa denominada Compagnie Universelle du Canal Océanique que encarregava-se de construir o canal do Panamá.

História


Primeiros povos e colonização europeia

Colonização espanhola da América.

Vasco Nunes de Balboa.

No Panamá viviam índios chibchas, caribes,  cholos e chocóes. O istmo  foi uma das primeiras terras americanas descobertas e exploradas pelos espanhóis.  Em 1501, Rodrigo de Bastidas percorreu as costas caribenhas. Cristóvão  Colombo ancorou na baía de Portobelo em 1502 e, no ano seguinte, fundou Santa María de Belén, primeiro assentamento europeu em terras continentais americanas.
Em 1508, a coroa ordenou a colonização do istmo do Panamá (Tierra Firme) e nomeou Diego de Nicuesa como primeiro governador do território, denominado Castilla de Oro. Em 1510, Nicuesa fundou o porto  de Nombre de Dios, na costa do Caribe.
Fundada em 1519 por Pedrarias Dávila,  governador da Castilla del Oro, a cidade do Panamá  logo se desenvolveu, graças ao caminho construído até Nombre de Dios. Era forçoso que o ouro do Peru , assim como o tráfego de pessoas e mercadorias entre as colônias e a metrópole, passasse pelo istmo. Uma frota ligava o porto de Callao, perto de Lima  com o do Panamá.
No século XVIII, decaiu o tráfico marítimo na área. Em 1739, a tomada de Portobello pelos  britânicos  desorganizou o movimento comercial. O Panamá passou à jurisdição do vice-reinado de Nova Granada, quando este se separou do peruano.

Grã-Colômbia



Mapa da antiga  Grã-Colômbia
Os movimentos nas colônias espanholas na América  finalmente afetaram o Panamá, que em 28 de novembro de 1821  proclamou a independência.  Poucos meses mais tarde, integrou-se à Grande Colômbia de Simon Bolívar, ao lado da Venezuela,  Colômbia e Equador,  com o nome de departamento do Istmo. Sediou pouco depois o primeiro Congresso Interamericano, convocado por Bolívar em 1826.  Em 1840 houve uma efêmera independência de 13 meses, seguida da reincorporação do território à Colômbia, como departamento do Panamá.
Em 1846, um tratado entre o governo colombiano e os Estados Unidos  permitiu a construção da ferrovia interoceânica,  para a qual se garantiu neutralidade e livre trânsito. O descobrimento de ouro na Califórnia,  em 1849, revalorizou o papel do istmo como via de comunicação entre as costas oriental e ocidental dos Estados Unidos. Seis anos mais tarde, inaugurou-se a ferrovia  uma das mais promissoras fontes de divisas do governo colombiano, que o levou a empreender múltiplas e intermináveis negociações para a construção do canal, só iniciada em 1880. A companhia encarregada do vultoso empreendimento, de capital majoritariamente francês,  interrompeu os trabalhos em 1889 e, em 1898, a obra foi definitivamente paralisada. Os Estados Unidos entraram então em negociações com a Colômbia e estabeleceram, para concluir a construção, um tratado provisório que nunca chegou a ser ratificado pelo Senado  colombiano.

Independência

Independência do Panamá.

Em 3 de novembro de 1903, um movimento separatista proclamou a independência  do Panamá em relação à Colômbia.  Os Estados Unidos  reconheceram de imediato o novo estado e enviaram forças navais que impediram a chegada de tropas colombianas para sufocar a rebelião. Quinze dias depois, foi firmado o Tratado Hay-Bunau-Varrilla,  ratificado pelo governo provisório do Panamá, e que concedia aos Estados Unidos o uso, controle e ocupação perpétua da Zona do Canal, uma faixa de 16 km de largura através do istmo.  Em 1904  reiniciaram-se as obras. O canal só foi aberto oficialmente ao tráfego em 15 de agosto de 1914. 
A constituição  de fevereiro de 1904 autorizava a intervenção das forças armadas norte-americanas em caso de desordens públicas, o que, na prática, equivalia à instauração de um protetorado. A instabilidade política motivou diversas intervenções nos primeiros decênios do século e isso, somado à alienação da Zona do Canal,  que partia em dois o território nacional, alimentou na população sentimentos de hostilidade aos Estados Unidos e um crescente nacionalismo.




Trabalhos de construção do Canal do Panamá em 1907.

Em 1924 normalizaram-se as relações entre o Panamá e a Colômbia.  Em 1936, a "política da boa vizinhança" preconizada pelo presidente estadunidense Franklin Roosevelt  permitiu um princípio de revisão do Tratado Hay-Bunau-Varillha.  Arnulfo Arias, eleito presidente em junho de 1940, aproveitou a delicada situação internacional para exigir do governo dos Estados Unidos maiores compensações pelo uso bélico da Zona do Canal e da frota de bandeira nominalmente panamenha.  Após sua queda, em 1941,  o país entrou na segunda guerra mundial, seguindo as diretrizes dos Estados Unidos, que foram autorizados a operar em bases localizadas fora da Zona do Canal.
Em 1949 Arias foi novamente eleito, mas um golpe de estado entregou o poder dois anos mais tarde a José Antonio Remón, comandante da Guarda Nacional, que firmou com o presidente estadunidense
Dwight Eisenhower  novo tratado sobre o canal, mais favorável aos interesses panamenhos.
O assassinato de Remón, em janeiro de 1955, levou aos breves mandatos presidenciais de José Ramón Guizado e Ricardo Arias Espinosa. Ernesto de la Guardia Jr. governou de  1956 e 1960  a , quando as obras financiadas pelo Banco Mundial  e a entrada de capital estrangeiro para a construção de refinarias de petróleo favoreceram o desenvolvimento do país.
Durante o mandato  de Roberto Chiari (1960-1964)  concretizou-se um programa para a erradicação de bolsões de pobreza e a extensão da previdência social a amplos setores da população. Nessa época, a Ponte das Américas,  a estrutura sobre o Canal do Panamá  que une por via terrestre o istmo, foi inaugurada em 12 de outubro de  1962.  Os distúrbios de janeiro de 1964 e o rompimento temporário das relações com os Estados Unidos levaram a nova intervenção. Marco Aurelio Robles (1964-1968) assinou novos tratados em junho de 1967.

Governo Torrijos




Invasão do Panamá pelos Estados Unidos em 1989,

Arnulfo Arias, reeleito em 1968, foi destituído pela terceira vez por um golpe de estado. Instaurou-se uma junta militar, manipulada extraoficialmente por  Omar Torrijos,  comandante da Guarda Nacional, que em 1972 se fez outorgar poderes executivos especiais por um período de seis anos. A presidência do país, desprovida pela constituição  de 1972 de parte de seus poderes políticos em favor da Guarda Nacional, entre 1972 e 1978 foi ocupada por Demetrio Lakas.
O governo de Torrijos caracterizou-se pela realização de obras públicas e pelo intervencionismo econômico e social do estado. A nível externo, aumentou a tensão com os Estados Unidos  em relação ao canal, mas a boa disposição do presidente estadunidense  Jimmy Carter  conduziu a novo acordo, firmado em setembro de 1977, pelo qual foi determinada a cessão gradual ao Panamá dos direitos estadunidenses sobre o canal e sua Zona, processo a ser completado no ano 2000.
Em 31 de julho de 1981, durante a presidência de Arístides Royo, enquanto o país atravessava séria
crise econômica.  Torrijos morreu num acidente aéreo. Foi sucedido, no comando da Guarda Nacional, por Florencio Flores e, no ano seguinte, por Rubén Darío Paredes. Ricardo de la Espriella assumiu a presidência em 1982 e renunciou em fevereiro de 1984. As eleições de 30 de maio  do mesmo ano deram o poder a Nicolás Ardito Barletta, que renunciou um ano mais tarde. Eric Delvalle, presidente desde  1985,  foi destituído pela Assembleia Nacional quando tentou cassar, em 1988, o comandante da Guarda Nacional  Manuel Antônio Noriega,  acusado por um tribunal estadunidense de participar do tráfico internacional de drogas.
Em maio de 1989 realizaram-se eleições, anuladas depois de um aparente triunfo da oposição, e Francisco Rodríguez, ligado a Noriega, foi nomeado presidente provisório. Ante a crescente oposição internacional ao regime, em dezembro Noriega foi designado dirigente máximo do país e destituído no mesmo mês por nova intervenção americana. Guillermo Endara, aparente vencedor das eleições de maio, foi declarado presidente.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Cartagena des Índias - Colômbia






Cartagena das Índias








   Colômbia











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Cartagena das Índias ou Cartagena é a capital do  departamento de Bolívar, na Colômbia.  É a quinta maior cidade do país, e a segunda maior da região, depois de Barranquilla :  e sua  região metropolitana  é a quinta maior concentração urbana da Colômbia. Suas mais significantes atividades econômicas são os complexos marítimos, pesqueiros, petroquímicos e o turístico.
A cidade  foi fundada em  1 de junho de 1533,  e foi batizada em homenagem a Cartagena, na Espanha.  No entanto, o assentamento de vários povos indígenas na região da Baía de Cartagena data de 4000 a.C. Durante o período colonial, a cidade teve um papel fundamental na administração e na expansão do Império Espanhol nas Américas,  sendo sede de governo e moradia dos vice-reis espanhóis. O centro histórico de Cartagena, conhecido como a cidade fortificada, foi declarado Patrimônio Nacional da Colômbia, em 1959, e posteriormente Patrimônio Mundial  pela Unesco, em 1984. Em 2007, suas fortificações e planejamento arquitetônico militar foram declarados como a quarta maravilha da Colômbia.





História

Período pré-colombiano: 4000 a.C - 1500 d.C

A cultura de Puerto Hormiga,  que se encontra na costa do Caribe,  em particular na área do delta do rio Sinú  até a baía de Cartagena, parece ser a primeira comunidade humana documentada no que hoje é a Colômbia.  Os arqueólogos  estimam que, por volta de 4000 a.C, a cultura formativa estava localizada próxima das fronteiras dos atuais departamentos de Bolívar e Sucre.  Nesta área, escavações encontraram os mais antigos objetos de cerâmica das Américas, datados em torno de 4000 a.C. Acredita-se que a principal razão da proliferação de sociedades primitivas nesta zona tenha sido os climas amenos e a abundância de vida silvestre, o que permitiu aos habitantes caçadores uma vida confortável.
Pesquisadores apontam que o declínio da cultura de Puerto Hormiga, bem como dos assentamentos próximos, aconteceu em torno de 3000 a.C. O surgimento de uma cultura mais desenvolvida, a Monsú, viveu, segundo hipóteses, próxima dos atuais bairros de Pasacaballos e Ciénaga Honda, no extremo norte da ilha Barú. Esta cultura fazia uso da cerâmica, habilidade que parece ter sido herdada da antiga cultura de Puerto Hormiga. Eles também desenvolveram uma economia mista de agricultura e manufatura básica. A dieta dos Monsú se baseava principalmente em mariscos, e peixes de águas doce e salgada.
O progresso da sociedade do Sinú,  nos atuais departamentos de Córdoba e Sucre,  ofuscou os primeiros desenvolvimentos ao redor da Baía de Cartagena. Até a colonização espanhola, muitas culturas derivadas das famílias linguísticas de Kartib, Malibú e Arawak  viveram ao longo da costa caribenha da Colômbia. No final da era pré-colombiana, a Sierra Nevada de Santa Marta  foi o lar do povo Tayrona, cuja língua estava estreitamente relacionada com a família linguística Chibcha.
Por volta de 1500 d.C, a área foi habitada por diferentes tribos da família linguística de Karib, mais precisamente a sub-família Mocanae, incluindo:
  • No centro da ilha: Tribo Kalamarí
  • Na Ilha Tierra Bomba :  Tribo Carex
  • Na Península de Barú: Tribo Bahaire
  • Na costa oriental da baía exterior: Tribo Cospique
  • Na área suburbana de Turbaco :  Tribo Yurbaco
Algumas tribos subsidiárias dos Kalamari viveram na região do atual bairro de Pie de la Popa, e outras subsidiárias dos Cospique se estabeleceram nas áreas de Membrillal e Pasacaballos. Entre essas tribos, de acordo com os últimos documentos disponíveis, os Kalamari tiveram preeminência. No entanto, apesar de física e administrativamente separadas, todas compartilharam uma arquitetura comum, como cabanas que contavam com espaços internos circulares e teto alto, rodeadas por madeiras paliçadas defensivas.





Primeiros avistamentos por europeus: 1500-1533

As tentativas falhas, feitas por Alonso de Ojeda,  de criar Antiga del Darièn  em  1506,  além dos subsequentes esforços igualmente mal sucedidos de Diego de Nicuesa  de realizar a fundação de  San Sebastian de Urabá em 1517,  fizeram com que a costa sul do mar caribenho se tornasse pouco atrativo para os colonizadores europeus. Eles preferiram, ao invés, as já melhor conhecidas Hispaniola e Cuba.
Apesar da Casa de Contratação ter  dado permissão para Rodrigo de Bastidas  (1460-1527) conduzir, mais uma vez, uma expedição para esta área, ele explorou a costa e descobriu o delta do Rio Magdalena,  em sua primeira viagem de Guajira  para o sul, em 1527.  A jornada terminaria no Golfo de Urabá,  localização dos primeiros assentamentos mal sucedidos. De Nicuesa e De Ojeda notaram a existência de uma grande baía no caminho que faziam de Santo Domingo até Urabá,  ou para o  istmo do Panamá,  o que encorajou Bastidas a investigar e a se interessar novamente pela região.

Período Colonial:1533-1717

Cartagena foi um dos mais importantes  portos comerciais durante o período colonial espanhol nas Américas.  Era especialmente utilizado para escoar  ouro e prata  aos portos da Espanha  de Cartagena, Cádiz e Sevilha para a Coroa Espanhola.  O ouro e a prata, extraídos de minas, principalmente, em Nova Granada e no Perú   eram transportados até Cartagena, e embarcados nos galeões  espanhóis, passando pelo porto de Havana e Cuba  com destino aos portos da Espanha.  Veio a se tornar, ao longo do período colonial, um dos maiores centros do comércio de escravos oriundos da África  (juntamente com Veracruz, México : era a única cidade oficialmente autorizada, pela Coroa Espanhola,  a realizar o comércio de escravos nas Américas. Os primeiros escravos africanos que chegaram em Cartagena foram transportados por Pedro de Heredia e usados, como mão-de-obra, como cortadores de cana, em abrir estradas, construir prédios e fortalezas e, também, para destruir tumbas da população aborígene do Sinú]. Os agentes das portuguesas Companhia de Cacheu, Rios e Comércio da Guiné e, mais tarde, da Companhhia de Cacheu e Cabo Verde  venderam escravos para Cartagena, os quais seriam usados para trabalhar em minas na Venezuela,  nas Antilhas Espanholas, na Nova Granada e no Perú.
O primeiro espanhol a chegar no que hoje é Cartagena das Índias foi Rodrigo de Bastidas,  que havia participado da segunda viagem de Cristovão Colombo  à América.  Inicialmente, a área foi batizada pelo navegador como "Golfo de Barú". No entanto, em  1503, o cosmógrafo cântabro Juan de la Cosa,  mais tarde, pediu à Rainha Isabel, a Católica  que trocasse o nome da região para "Baía de Cartagena", devido a semelhança com a baía de Cartagena de Levante na Espanha.
A cidade foi fundada em 1 de junho de 1533,  pelo comandante espanhol Pedro de Heredia,  onde antigamente se encontrava uma vila da tribo indígena Calamarí. Rapidamente, Heredia prosseguiu em nomear o Cabildo e traçar as linhas da cidade. Em 1548,  a Coroa autorizou a divisão dos índios entre os vizinhos, e taxou os tributos. Cartagena se converteria, nessa época, em uma sociedade colonial de encomenderos.  O porto da cidade foi ganhando importância graças a sua baía protegida pelos militares espanhóis, à construção de fortes e muralhas e à sua proximidade com a Cidade do Panamá,  outro porto espanhol importante. Nos anos seguintes, Heredia seria preso por crimes contra o povo Sinú e, mais tarde, condenado a morte. Ao contrário do que se pensa, a Coroa velava pelos direitos humanos segundo as " Leis das Índias".  Apesar de ter escapado para a Espanha, Heredia morreria durante o naufrágio de seu navio.
Pedro de Heredia  fundou Cartagena no ano de 1533.
Em 5 de fevereiro de 1610, foi estabelecido o Tribunal do Santo Ofpicio da Inquisição,  em Cartagena, através de um decreto emitido pelo rei Felipe II.  O Palácio da Inquisição, de arquitetura colonial, concluído em 1770, ainda preserva sua fachada original. Quando Cartagena declarou sua independência da Espanha,  em 11 de novembro de 1811,  os inquisidores foram intimados a deixar a cidade. A Inquisição voltaria, depois da Reconquista, em 1815,  mas acabaria por desaparecer completamente, seis anos depois, após a derrota espanhola, forçada por tropas lideradas por Simon Bolívar.
Com a fama de esbanjar grande riqueza e prosperidade, transformou-se em um local de pilhagem atraente para pirata e corsários.  Por isso, o Rei Filipe II  encomendou ao marechal de campo Luis de Tejada  e ao engenheiro militar italiano Bautista Antonelli  onze quilômetros de muralhas e fortes que serviriam de defesa para a cidade entre os séculos XVII e XVIII.  A fortificação é considerada a mais completa da  América do Sul  e foi terminada em 1796 pelo engenheiro espanhol Antônio de Arevalo.  Este projeto incluía, dentre outros, a construção do Castelo de San Felipe de Bajaras,  nomeado em homenagem ao rei espanhol Felipe IV.  O castelo foi construído durante o mandato do Governador Pedro Zapata de Mendonza,  Marquês de Barajas, e serviu para repelir ataques terrestres. Ele é equipado com guaritas, possui edificações para armazenamento de alimentos e armas, além de conter túneis subterrâneos que fazem ligações do castelo com as fortificações. O forte original foi construído entre 1639 e 1657, no topo do monte San Lazaro. Em 1762,  uma extensiva expansão foi realizada, e o resultado final é o atual complexo, no centro histórico de Cartagena.
O ataque a Cartagena, também conhecida como Expedição d Cartagena,  ocorrido em 1697, realizado por  Jean Baptista Ducasse e  e pelo Baron de Pointis, foi uma invasão motivada por fins políticos. Na ausência de um sucessor do sexo masculino para o trono espanhol dos Habdburgos,  o rei francês  Luís XIV   queria que seu neto, Felipe V,  tivesse direito à sucessão, e conquistar Cartagena poderia ajudá-lo significativamente. O objetivo político por trás da invasão foi prejudicado por Ducasse, governador de Sant Domingue - hoje Haiti,  que tinha planos de roubar a cidade. A entrada para o local foi dificultada pelos, até então, recém terminados projetos de amuralhamento, o que fez a invasão terminar altamente custosa para seus realizadores. Ducasse permaneceu apenas alguns meses na cidade, mas deixou grande destruição, inclusive em igrejas e locais sagrados, desonrando uma promessa feita ao Baron.

Período Vice-Reinal: 1717-1810




Apesar de o século XVIII  ter começado com muitos problemas para a cidade, aos poucos a conjuntura apresentaria melhoras. As políticas econômicas favoráveis ao comércio, após a subida ao trono de uma nova dinastia em Madri,  bem como o estabelecimento do Vice- Reino de Nova Granada,  em 1717,  colocaram Cartagena como uma das cidades mais beneficiadas da Colônia. Durante este novo período, a cidade se tornaria a mais povoada do Vice-reino, passando a marca de 18 000 habitantes.
A reconstrução após o Ataque a Cartagena (1697) foi inicialmente devagar, mas com o fim da Guerra da Sucessão Espanhola,  por volta de 1711, e a administração competente de Juan Díaz de Torrezar Pimienta, as muralhas foram reconstruídas, os fortes reorganizados e restaurados, bem como serviços públicos e prédios reabertos à população. Por volta de  1710,  a cidade estava completamente recuperada. Ao mesmo tempo, as reformas nas políticas restritivas de comércio do Império Espanhol  encorajaram o estabelecimento de novas casas comerciais e projetos privados. Durante o governo de Filipe V,  a cidade teve muitos projetos públicos em construção, entre eles o Forte de San Fernando, o Hospital da Obra Pía e a pavimentação de todas as ruas, bem como a abertura de novas estradas.
Em 11 de Março de 1741,  a cidade sofreu um novo ataque de grande escala, liderado por tropas coloniais britânicas e norte-americanas, subordinadas ao almirante Edward Vernon  (1648-1757). Os atacantes chegaram a Cartagena com uma frota massiva de 186 navios e 23 600 homens, incluindo 12 000 de infantaria. Contra eles, estavam seis navios espanhóis e menos de 3 000 homens. Esta ação ficou conhecida como Sítio de Cartagena de Índias,  que fez parte da Guerra da Orelha de Jenkins.  O cerco foi interrompido devido ao início da estação chuvosa tropical, depois de semanas de intenso combate, em que os grupos de desembarque britânicos foram repelidos com sucesso pelas forças espanholas e indígenas, essas lideradas pelo comandante General Blas de Lezo, morto na batalha. A batalha foi um absoluto desastre para as forças inglesas, e representou uma perda significativa para suas tropas (estima-se que as baixas girem em torno de 8 000 e 11 000 homens).
A vitória aumentou o controle espanhol sob as águas caribenhas, o que ajudou a garantir a segurança de seu grande Império até o século XIX,  O Almirante Vernon foi acompanhado em sua retirada pelas tropas coloniais norte-americanas, que incluíam o irmão de George Washington, Lawrence Washington,  que ficou tão impressionado com Vernon que nomeou sua propriedade de Mount Vermonte  em homenagem a ele.

Idade de prata: 1750-1808

O período pós-Vernon ficou conhecido como "Idade de prata" da cidade. Nele, houve uma expansão dos edifícios existentes, uma imigração em massa originada de várias cidades do Vice-reino, e um aumento do poder político-econômico da cidade.
O poder político do Vice-reino, que estava mudando de Bogotá  para a costa, completou sua transferência quando os vice-reis decidiram residir permanentemente em Cartagena. Os habitantes da cidade eram os mais ricos da colônia, e a aristocracia já havia estabelecido mansões na área. Nessa época, surgiram bibliotecas e estabelecimentos de impressão, além do primeiro café de todo o Vice-Reino da Nova Granada. O progresso intenso, visto na segunda metade do século XVIII,  teve um fim abrupto em 1808  com a crise geral que se abateu sob o Império Espanhol, iniciado com o Motim de Aranjuez  e todas as suas consequências.

1808-Século XX

Em  11 de Novembro de 1811, a cidade  declarou sua independência, após estar sob o domínio espanhol por mais de 275 anos. Havia sido a maior cidade do Vice-reino da Nova Granada até 1811, até que a Guerra Peninsular,  que acabaria por se converter em Independência da América Espanhola e a revolução dos Comuneros,  marcou um declínio dramático em todos os aspectos para a cidade que havia se convertido na capital virtual da Nova Granada. Em decorrência disso, ela foi quase totalmente destruída e viu seus antigos palácios e edifícios públicos virarem ruínas. Nenhum censo existe para a época, mas há relatos de como Cartagena se converteu em praticamente uma cidade fantasma, salvo pelos cerca de 500 escravos libertos que ali passaram a viver.
Em meados de 1815, uma grande frota expedicionária espanhola, sob comando de Pablo Morillo,  havia chegado a Nova Granada e forçou um sítio contra os insurgentes. Depois de cinco meses de resistência, e baixo fome e doenças, a cidade se rendeu em dezembro de 1815. Como consequência deste episódio, Cartagena receberia o titulo de "Cidade Heróica". No ano seguinte, os esforços combinados das tropas espanholas e coloniais, marchando ao sul desde Cartagena e ao norte desde redutos monarquistas em Quito, Pasto e Popayan,  completaram a reconquista de Nova Granada, tomando Bogotá em 6  de maio de 18618.
Em 1821, o General Mariano Montilla realizou outro cerco a Cartagena, com o objetivo de expulsar as tropas monarquistas da cidade. Assistido por forças navais sob o comando de Jose Prudêncio Padillha,  a cidade se entregaria em  1 de outubro de 1821,  após 159 dias. Entre os que se renderam estavam o Brigadeiro Gabriel Torres, comandante das forças monarquistas. Os patriotas capturaram grandes quantidades de pólvora, chumbo, espingardas e peças de campo.
Cartagena foi a última cidade na Colômbia a ser libertada do governo hispânico. Tantos cercos e a guerra de independência fariam com que a cidade se convertesse em fantasma. Em torno de quinhentos escravos libertos viviam na cidade, cujos palácios e edifícios públicos se encontravam em ruínas. Passada a guerra, a recuperação foi lenta, devido às políticas isolacionistas das elites andinas da época e à instabilidade política da região. Somente a partir de 1880 a cidade começaria a se desenvolver. Imigrantes de todas as partes do mundo, principalmente Sírios, Palestinos, Libaneses e Chineses, se estabeleceram na área, neste período.

Século XX-Atualidade

O novo milênio trouxe profundas transformações para a Cartagena, tanto no quesito econômico, como no social, político e cultural. O desenvolvimento industrial e a consolidação de uma elite empresarial, representada por comerciantes, banqueiros e industriais, associados à imigração estrangeira, tornaram possíveis esta nova fase para a cidade.
Cartagena não foi abalada pelas guerras civis que estremeceram a Colômbia. A paz e a inauguração de uma estrada de ferro, unindo a cidade ao porto de Calamar, sob o Rio Magdalena, permitiram que a baía recuperasse seu papel estratégico como porto comercial no mar do Caribe. Algumas famílias conseguiram consolidar capitais em torno das atividades de comércio exterior e fabricação de bens de consumo. Em 1891  a cidade já contava com uma planta elétrica, enquanto que em 1904 a cidade passaria a contar com um aqueduto. Em 1905,  se iniciou uma transformação planificada da cidade.
Entre 1930 e 1970, a população apresentou taxas de crescimento maiores do que a média nacional colombiana. Em 1980, a população da cidade já havia quase triplicado. Acredita-se que a razão para este fato tenha sido uma mistura de privatização da infraestrutura portuária e descentralização do turismo, o que gerou muita oportunidade de emprego para a região. Cartagena, ainda, foi a cidade que mais recebeu imigrantes do campo, com o começo da guerra civil, nas regiões andinas, nos anos 1990.
A 6a. Cúpula das Américas  foi celebrada em Cartagena, no ano de2012,  e contou com a presença de diversos chefes de Estado, incluindo Barack Obama dos Estados Unidos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Bogotá - Colômbia

                                                                                     Bogotá dezembro-2016






Bogotá (pronunciado localmente: (boyo'ta),  anteriormente conhecida como Santa Fé de Bogotá, é a capital  e a maior cidade da Colômbia.  É também capital do departamento de Cundinamarca  de  e forma o Distrito Capital.  Foi fundada em  1538 por Jiménez de Quesada,  tendo sido a capital do  Vice- Reino de Nova Granada  até à independência.
Como o principal centro financeiro, cultural, administrativo e urbano do país. Bogotá possui aproximadamente 7,2 milhões de habitantes (2010) residindo apenas em seu núcleo urbano, enquanto que a  Região metropolitana de Bogotá, que engloba  todas as cidades e povoados vizinhos, possui aproximadamente 8,5 milhões de habitantes (2010), sendo portanto, dessa forma, a quarta mais populosa cidade da América  do Sul,  superada somente por São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires. 
Sua altitude (2.640 metros acima do nível do mar) a coloca como a 3a capital de maior altitude do mundo, atrás apenas de  La Paz, na Bolívia e de Quito,  capital do Equador.
O crescimento constante de Bogotá tentando se estabelecer como uma das cidades mais importantes do mundo não foi despercebido. Em 2008, o World Cities Study Group and Network (GaWC) do  Reino Unido,  incluiu o nome da cidade em uma lista de cidades classificadas por sua economia, cultura,  acontecimentos políticos e patrimônios históricos.
A cidade foi classificada na mesma categoria de outras áreas metropolitanas do mundo de grande destaque, como São Francisco, Washington, Los Angeles, Dubai e Berlim,  sendo que a cidade ficou acima de outras como a Filadéldia, Boston, Miami e Montreal, e superada do continente americano   apenas por Cidade do México, Chicago, Nova York e São Paulo.  Os principais órgãos do governo colombiano encontram-se na cidade.

Bogotá é o principal destino turístico do país, o que se reveste de particular importância tomando em conta o recente crescimento positivo do sector a nível nacional. Outro sector industrial que tem crescido é o da construção, contribuindo diretamente para reativar a atividade económica da capital







 CATEDRAL DO SAL 

  
A Catedral de Sal é uma catedral  construída no interior das monas de sal de Zipaquirá, na Savana de Bogotá, na Colômbia. . Este santuário católico,  que faz memória do Via Crucis  de Jesus Cristo, é  um dos mais célebres do país.
A importância da Catedral radica no seu valor como patrimônio cultural, religioso e ambiental.
A igreja subterrânea faz parte do complexo cultural "Parque do Sal" espaço cultural temático dedicado à mineração, a geologia e os recursos naturais.








Montesserrat



Bogotá tem um templo religioso dedicado a Virgem de Montesserat, padroeira da Catalunha, Espanha. Fica localizado no bairro da Candelária num dos pontos mais altos da cidade, a 3.200 metros acima do nível do mar, perdendo em altitude apenas para a Montanha de Guadalupe onde há outro templo religioso. A devoção a santa negra de Monteserrat (La Moreneta) é intensa entre os locais, herança da cultura espanhola.

   Para ter acesso ao monte existem três meios de transporte: um funicular (bonde tiplo plano inclinado), um teleférico e um peatonal (trilha a pé e parte por carro) a noroeste do morro. Para subir e descer pelo funicular numa viagem de apenas  10 minutos, sistema que funciona com segurança desde 1928, quando os primeiros bondinhos ainda em madeira começaram a circular.

   Na montanha é possível contemplar a flora local, com árvores e flores belíssimas, típica dos Andes, há dois restaurantes que funcionam às noites, infraestrutura turística com sanitários, lanchonete e área contemplativa.
    Do alto tem-se uma visão do bairro da Candelária onde estão as tavernas, museus como o Donación Botero, dentro da Casa da Moeda, sete teatros (entre eles, o teatro Colón, do século 19), 15 bibliotecas (com destaque para a Luis Angel Arango), o parque Palomar del Príncipe, o palácio do governo, a monumental igreja jesuítica de Santo Inácio, a imensa praça Bolívar, limitada por prédios monumentais, como o palácio presidencial, o Capitólio, a catedral e o palácio da Justiça.








                                                                 Quinta de Bolívar








                                                    Casa Museo Quinta Bolivar


Esta casa de campo, no sopé da Montanha de Monserrate para conhecer o famoso libertador Simón Bolívar e ver itens relacionados à sua vida.
A pitoresca e histórica Casa Museo Quinta de Bolívar fica no sopé da Montanha de Monserrate, em Bogotá. Este museu e casa de campo pertencia a Simón Bolívar, um dos líderes militares mais influentes durante as guerras de independência da América Latina. Explore a casa para descobrir itens de sua vida e admire o belo jardim.
Datada do final do século 17, a casa foi presenteada a Simón Bolívar pelo novo governo independente da Colômbia em reconhecimento à ajuda na luta pela independência. Bolívar usou a casa como residência de verão entre 1820 e 1830. Mais tarde, o local foi usado como cervejaria, hospital e escola, até ser transformado em um museu.


Entre na casa e vá aos quartos preservados com sua decoração original. Observe os retratos de
Bolívar e sua amante, Manuela Sáenz.












Admire a mesa, o uniforme e a espada originais de Bolívar no quarto principal. Veja o quarto do serviçal de Bolívar, José Palacios. Visite exposições de mobiliário antigo e de utensílios de mesa na sala de jantar, onde Bolívar recebia seus convidados e comemorava seus triunfos.


Caminhe pelo jardim ao redor da casa e veja cerejeiras e nogueiras. Visite a Plaza de Banderas, um grande pátio com as bandeiras da Colômbia, do Equador, do Peru, da Venezuela e da Bolívia, os cinco países que Bolívar ajudou a libertar. Veja uma coleção de canhões na Plaza de Armas. Do quintal, desfrute as vistas deslumbrantes da Montanha de Monserrate. Aprecie exposições temporárias na galeria do museu, que incluem armas e utensílios de mesa e exposições sobre libertadores americanos.






                                                                      Museu Botero




Fernando Botero é o pintor colombiano mais famoso. No bairro da Candelária, o Museo Botero  tem um acervo de mais de 180 obras, entre elas pinturas e esculturas, todas doadas por Botero ao governo de seu país.
O traço característico do pintor são as formas volumosas. Para ele, a deformação é uma forma de transformar a realidade em arte.



O Museu Botero (em espanhol , Museo Botero) é um museu  de arte localizado em La Candelária,  centro histórico e cultural da cidade de Bogotá,  capital da Colômbia.  O museu surgiu a partir de uma doação de obras de arte feita pelo artista plástico colombiano Fernando Botero  ao governo do seu país. Tal coleção é composta por 123 obras de autoria do próprio Botero e outras 85 obras de arte internacional, abarcando o período que vai de meados do século XIX à arte contemporânea.  Inaugurado no 2000,  o museu é mantido pelo Banco da República da Colômbia.  Ocupa um edifício em estilo colonial,  antiga sede da Hemeroteca Luis López de Mesa, hoje pertencente ao complexo cultural da Biblioteca Luis Ángel Arango.