quarta-feira, 1 de março de 2017

Évora








Évora

      


Évora
Brasão de ÉvoraBandeira de Évora
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Templo Romano de Évora




















Évora é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Évora,  na região do Alentejo  e sub-região do Alentejo Central,  com 49 252 habitantes, em 2011.
Évora é a única cidade portuguesa membro da Rede de Cidades Europeias mais Antigas.
É sede do quinto município mais extenso de Portugal, com 1 307,08 km² de área e 56 596 habitantes (2011), subdividido em 12 freguesias. O  município é limitado a norte pelo município de  Arraiolos,  a nordeste por Estremoz,  a leste pelo Redondo,  a sueste por  Reguengosde Monsaraz,  a sul por Portel,  a sudoeste por Viana do Alentejo  e a oeste por Montemor-o-Novo.  É sede de distrito  e de antiga diocese, sendo metrópole eclesiástica ( Arquidiocese de Évora).  Évora é popularmente conhecida como a "Capital do Alentejo".
O seu centro histórico bem-preservado é um dos mais ricos em monumentos de Portugal, o que lhe vale o epíteto de Cidade-Museu. Em 1986, o centro histórico da cidade, foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO..



História




Muralhas de Évora

Évora e sua região circundante tem uma rica história que recua mais de cinco milénios, como demonstrado por monumentos megalíticos,  próximos como a Anta do Zambujeiro e o Cromeleque dos Almendres.  Alguns povoados neolíticos desenvolveram-se na região, o mais próximo localizado no Alto de São Bento. Outro povoado deste tipo é o chamado Castelo de Giraldo,  habitado continuamente desde o 3º milénio até ao primeiro milénio antes de Cristo e de esporádica ocupação na época medieval. Escavações arqueológicas, porém, não demonstraram até agora se a área da actual cidade era habitada antes da chegada dos romanos.
Segundo uma lenda popularizada pelo humanista  e escritor eborense  André de Resende  (1500-1573), Évora teria sido sede das tropas do general romano Sertório,  que junto com os lusitanos  teria enfrentado o poder de  Roma.  O que é sabido com certeza é que Évora foi elevada à categoria de  município sob o nome de Ebora Liberalista Júlia, em homenagem a Júlio César.  A origem  de etimológica do nome Ebora é proveniente do celta antigo ebora/ebura, caso genitivo plural do vocábulo eburos (teixo ), nome de uma espécie de árvore, pelo que o seu nome significa "dos teixos". A actual cidade de Iorque  (York), no Norte de Inglaterra,  na época do  Império Romano,  era denominada Eboracum/Eburacum, nome derivado do celta  antigo Ebora Kon (Lugar dos Teixos), pelo que o seu nome antigo está hipoteticamente relacionado com o da cidade de Évora. Na época de Augusto  (r. 27 a.C.-14 d.C.), Évora foi integrada à Província da Lusitânia  e beneficiada com uma série de transformações urbanísticas, das quais o Templo romano Évora -  dedicado provavelmente ao culto imperial  - é o vestígio mais importante que sobreviveu aos nossos dias, além de ruínas de banhos públicos. Na freguesia da Tourega,  os restos bem-preservados de uma villa  romana mostram que ao redor da cidade existiam estabelecimentos rurais mantidos pela classe senhorial. No século III, num contexto de instabilidade do Império, a cidade foi cercada por uma  muralha  da qual alguns elementos existem até hoje.




Claustros da Sé de Évora (século XIII-XIV).

O  período visigótico  corresponde a uma época obscura da cidade. Na época da dominação muçulmana,  a cidade conheceu um novo período de esplendor económico e político, graças a sua localização privilegiada. As muralha  foram reconstruídas e um alcácer  e uma mesquita  foram construídos na área da acrópole  romana.
A tomada de Évora aos mouros deu-se em 1165 pela acção do cavaleiro Geraldo sem Pavor,  responsável pela reconquista cristã  de várias localidades alentejanas. Inaugurou-se assim uma nova etapa de crescimento da urbe, que chegou ao século XVI como a segunda cidade em importância do reino. D. Afonso Henriques  concedeu-lhe seu primeiro  foral  (carta de direitos feudais) em 1166, e estabeleceu na cidade a Ordem dos Cavaleiros de Calatrava  (mais tarde  Ordem de Avis ) .
Entre os séculos XIII e XIV foi erguida a Sé Catedral de Évora,  uma das mais importantes catedrais medievais portuguesas, construída em  estilo gótico  e enriquecida com muitas obras de arte ao longo dos séculos. Além da Sé, na zona do antigo fórum  romano e alcácer muçulmano foram erguidos os antigos paços do concelho e palácios da nobreza local. A partir do século XIII instalam-se na cidade vários mosteiros de ordens religiosas nas zonas fora das muralhas, o que contribuiu para a formação de novos centros aglutinadores urbanos. A área extra-muros contava ainda com uma judiaria  e uma mouraria.  O crescimento da cidade para fora da primitiva cerca moura levou à construção de uma nova cintura de muralhas no século XIV, durante o reinado de D.Dinis.  As principais praças da cidade eram a Praça do Giraldo  (originalmente Praça Grande) e o Largo das Portas de Moura e Rossio.  A Praça do Giraldo, sede de uma feira anual desde 1275, também foi sede dos paços do concelho (desde o século XIV) e da cadeia. Com o tempo, especialmente a partir do século XVI, o Rossio passou a concentrar as feiras e mercados da cidade.
Vista da cidade no Foral de Évora de 1501. A Sé encontra-se no ponto mais alto.
O século XVI corresponde ao auge de Évora no cenário nacional, transformando-se num dos mais importantes centros culturais e artísticos do reino. A partir de D. João II  e especialmente durante os reinos de D.Manuel e D. João III,  Évora foi favorecida pelos reis portugueses, que passavam longas estadias na urbe. Famílias nobres (Vimioso, Codovil, Gama, Cadaval e outras) instalaram-se na cidade e ergueram palácios. D. Manuel concedeu-lhe um novo foral  em 1501 e construiu seus paços reais   em Évora, em uma mistura de estilos entre o mudéjar, o manuelino,  e o renascentista.
D. João III ordenou a construção da Igreja da Graça,  belo templo renascentista onde planeou ser sepultado, e durante seu reinado foi construído o Aqueduto da Água de Prata  por Francisco Arruda. . Nessa época viveram na cidade artistas como o poeta Garcia de Resende, os pintores Frei Crlos, Francisco Henrique, Gregório Lopes,  o escultor Nicolau de Chanterene  e eruditos e pensadores como Francisco de Holanda e André de Resende.




Pátio da Universidade de Évora (século XVI).

Em 1540 a dioceses de Évora  foi elevada à categoria de arquidiocese e o primeiro arcebispo da cidade, o Cardeal Infante  D.Henrique,  fundou a Universidade de Évora  (afecta à  Companhia de Jesus ) em 1550. Um rude golpe para Évora foi a extinção da prestigiada instituição universitária, em 1759 (que só seria restaurada cerca de dois séculos depois), na sequência da expulsão dos Jesuítas do país, por ordem do  Marques de Pombal . Nos séculos XVII e XVIII muito edifícios importantes foram reformados ou construídos de raiz em estilo maneirista  ("chão"). No património da cidade destaca-se a capela-mor barroca da Sé, obra do arquitecto Ludovice,  e os muitos altares e painéis de azulejos que cobrem os interiores das igrejas e da Universidade.
No século XIX, Évora passou por muitas transformações urbanísticas, algumas de discutível qualidade. Na Praça do Giraldo, a cadeia e os antigos paços do concelho manuelinos foram demolidos e em seu lugar foi levantado o edifício do Banco de Portugal,  enquanto que a sede do concelho foi transferida ao Palácio dos Condes de Sortelha, na Praça do Sertório. O Convento de S. Francisco também foi demolido (a igreja gótica foi poupada) e em seu lugar foi construído um novo quarteirão habitacional e um mercado. No lugar do Convento de S. Domingos foi erguido o Teatro Garcia de Resende  (c. 1892). As muralhas medievais foram em grande parte preservadas, mas das antigas entradas apenas a Porta de Avis  foi mantida. No século XX foi construído um anel viário ao redor do perímetro da muralha, o que ajudou na sua preservação.
Foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito  a 26 de Abril de 1919.
Évora é testemunho de diversos estilos e correntes estéticas, sendo ao longo do tempo dotada de obras de arte a ponto de ser classificada pela UNESCO,  em  1986  como Patrimônio Comum da Humanidade. 

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